"Desaprendo de mim e de qualquer circunstância que possa construir intervalos de nós dentro da gente. Que o outro não nos pertence, isso já se sabe, isso já se sente. Mas entender o que cada um aguarda e aceita, o que cada um intui e agrega, é coisa que só se aprende no ir além do tempo. No discorrer da saudade. Na pergunta que não se repete. Naquele silêncio genuíno que vai se copiando, se copiando, na ausência de quem realmente importa. Acho que é por isso que a vida atrasa o roteiro. Acho que é por isso que inventamos acasos e destinos. Por isso que inventamos essa falsa impressão de estreia, essa falsa sensação de recomeço. Mas no fundo, lá bem rente, o que a gente quer mesmo é o esquecimento. É outra coisa. É outra noite, outra história, outra insônia, outra dor revirando a rotina, outros versos.
Esquecer é uma urgência que só perdura na certeza do sentimento. É quando um pedaço nosso abre mão da gente. Não por descuido, mas, por reconhecimento. Há que se ter paciência e muito, muito recolhimento. O esquecer, muito depois de doer, nos conecta ao que realmente somos. Apesar de, antes de e mesmo que não dure, ele nos lembra porque fomos, porque estamos, porque nos escolhemos e repousamos nossos sonhos neste pedaco de caminho."
Esquecer é uma urgência que só perdura na certeza do sentimento. É quando um pedaço nosso abre mão da gente. Não por descuido, mas, por reconhecimento. Há que se ter paciência e muito, muito recolhimento. O esquecer, muito depois de doer, nos conecta ao que realmente somos. Apesar de, antes de e mesmo que não dure, ele nos lembra porque fomos, porque estamos, porque nos escolhemos e repousamos nossos sonhos neste pedaco de caminho."
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