O Jardim dos Filósofos Mortos
29/10/24
Não sei como se mede a saudade. Ao quilo? ao decalitro? Quantas jardas? milhas de distância? Quantos centímetros cúbicos de suspiros disparados no espaço sideral serão precisos, para que a chamemos pelo nome? A saudade aperta-nos a garganta, sufoca. Deixa-nos inquietos, parvos, inseguros. Agoniza-nos as noites, faz-nos perguntas. Quanto é que mede a saudade? Será que são os kms que fazemos para enfim estarmos nos braços um do outro ou é mais do que isso. A saudade é o caminho que percorremos para nos encontrarmos e mesmo assim o peito continua apertado. Como é que se mede a saudade?
22/09/16
10/03/13
06/03/13
19/10/11
É Outono e tu já não estás. Fujo dos casais apaixonados que se passeiam numa cidade onde também fomos felizes. Onde eu era feliz apesar de te saber aí. É Outono e tu já não estás.Todos me parecem contentes, satisfeitos a cumprir as suas vidas sempre com os mesmos rituais, fins-de-semana com as caras-metade, rebentos, compras e filmes no sofá. Gostava de nos saber diferentes.
E tu? Estás já devidamente curado e cicatrizado, com as feridas lambidas à exaustão, terás já renascido e despertado para o altruísmo do amor... É Outono. E nada daquilo que eu imaginei um dia, aconteceu entretanto. As noites continuam enormes e os dias imperfeitos, como um poema inacabado. Não voltei a vêr as tuas fotos, e não me tenho rodeado de música triste...nada disso já me consola. Vou ao encontro da cidade onde contínuo a viver sem ti. É Outono e tu já não estás.
16/10/11
Outros versos...
"Desaprendo de mim e de qualquer circunstância que possa construir intervalos de nós dentro da gente. Que o outro não nos pertence, isso já se sabe, isso já se sente. Mas entender o que cada um aguarda e aceita, o que cada um intui e agrega, é coisa que só se aprende no ir além do tempo. No discorrer da saudade. Na pergunta que não se repete. Naquele silêncio genuíno que vai se copiando, se copiando, na ausência de quem realmente importa. Acho que é por isso que a vida atrasa o roteiro. Acho que é por isso que inventamos acasos e destinos. Por isso que inventamos essa falsa impressão de estreia, essa falsa sensação de recomeço. Mas no fundo, lá bem rente, o que a gente quer mesmo é o esquecimento. É outra coisa. É outra noite, outra história, outra insônia, outra dor revirando a rotina, outros versos.
Esquecer é uma urgência que só perdura na certeza do sentimento. É quando um pedaço nosso abre mão da gente. Não por descuido, mas, por reconhecimento. Há que se ter paciência e muito, muito recolhimento. O esquecer, muito depois de doer, nos conecta ao que realmente somos. Apesar de, antes de e mesmo que não dure, ele nos lembra porque fomos, porque estamos, porque nos escolhemos e repousamos nossos sonhos neste pedaco de caminho."
Esquecer é uma urgência que só perdura na certeza do sentimento. É quando um pedaço nosso abre mão da gente. Não por descuido, mas, por reconhecimento. Há que se ter paciência e muito, muito recolhimento. O esquecer, muito depois de doer, nos conecta ao que realmente somos. Apesar de, antes de e mesmo que não dure, ele nos lembra porque fomos, porque estamos, porque nos escolhemos e repousamos nossos sonhos neste pedaco de caminho."
14/10/11
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